O Palhaço Fulermino

Não se sabe ao certo como se deu origem a figura do palhaço, existem relatos de figuras semelhantes desde antes de cristo, evoluindo na história até se tornarem o que hoje conhecemos como palhaço, que vem a ser alguém inocente, que se expõe ao ridículo, como resultado de sua ingenuidade. Essa figura desperta curiosidade, como, por exemplo, onde começa o palhaço e onde está o homem debaixo daquela fantasia.
 

O ser humano é naturalmente aflito, sofre e é sentimentalmente instável, incapaz de sustentar um estado de alegria constante. Veja Pierrot, por exemplo, o palhaço triste, apaixonado por Colombina, que lhe parte o coração ao deixa-lo por Arlequim, sua imagem é um rosto branco com uma lágrima desenhada abaixo dos olhos. Longe dos holofotes ocupados por palhaços famosos, como Patati e Patata, está Fulermino, o palhaço que divide espaço com o advogado.

 
Antes de cobrir o rosto de maquiagem para encontrar sua plateia, seu nome é Maycon Josan. Há um ano, o advogado tem se dedicado a causa nobre de levar sorriso a quem mais precisa. Com os olhos visivelmente emocionados Maycon relembra que tudo começou quando perdeu sua irmã durante uma cirurgia para retirada de um tumor na cabeça, desde então ele sentiu a necessidade de levar alegria aos pacientes com câncer do Hospital São Marcos, onde faz visitas semanalmente.

Já com o rosto pintado, Maycon se torna Fulermino e logo é reconhecido pelas crianças, que estão na sala de recreação da Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC), e a partir daí é sorriso pra todos os lados, uma alegria contagiante, que faz diferença na vida daquelas crianças. Para o palhaço, o sorriso é com uma estrela, traz brilho e luz, capaz de aliviar qualquer dor. E o sorriso, “Cria estrela no coração de quem sofre”, segundo o próprio palhaço.

 

Depois de ter feito muita bagunça com as crianças na sala de recreação é hora de tentar fazer outros sorrirem, então, Fulermino segue para o setor de isolamento, destinado aos pacientes que estão com a imunidade baixa. Lá seu desafio é ainda maior! Muitos dos pacientes internados nesse setor sofrem de depressão, estão passando por um momento de dor física e psicológica, mas Fulermino não desiste até fazê-los rir e esquecer seus males.

O sorriso, a gargalhada, a gaitada, a risada, provocados por Fulermino, tem sido para essas pessoas o melhor tratamento, porque rir é ainda o melhor remédio, um clichê que faz sentido.

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